quarta-feira, 8 de junho de 2011

Você.



Um belo dia amanheceu, as flores no jardim estavam mais animadas do que eu mesma para brilharem, olhei para o céu tirando o emaranhado de fios da minha face e pensei que talvez eu pudesse te dar as palavras com gosto, como você me deu um abraço sagrado, e um olhar que pagaria minha conta pela vida que levo, um amor que me desse um visto para a porta da felicidade, mas eu sei que você existiu, e como existiu dentro de mim, com gosto de vinho e um gosto doce, salpicando meu coração doentio por ti, por ter seus abraços, por ter tudo aquilo que era meu e teu, era uma troca certo? Era uma troca válida, uma troca que não tinha preço, você me era valioso demais para ter preço, o olhar que se foi, olhos cor de céu, cor de amor, cor de paixão azul, queimando dentro de mim você queimou meu coração acelerado, eu digo que você existiu mas essa não é a verdade, a verdade é que você ainda existe, ainda queima em meu peito, ainda está aqui nesse quarto gelado pelo outono, nesse quarto que dividimos olhares e sorrisos, lágrimas e abraços, palavras tolas e risadas altas, eu ainda te tenho aqui guardado no meu peito amarrado com cordas especiais, nunca mais sairá daqui, ao menos que você queira, pois eu? Jamais irei te esquecer.






Pra você.

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Você é uma fumaça.

Que há em minha mente, a sombra do passado devastado por nada. Meu sublinhado incógnito estranhamente esclarecido. Nada tão estranho do que eu veja é o que me faz perguntar, a morte é a rosa viva dentro de mim, o amor morto fora dos meus olhos, meu ar desconsertado eu quero de volta a possibilidade de estar dentro de meu ar infiltrando o estado normal do jogo. Eu vago, labirintando o lugar vendo pessoas sorrirem, eu ando devagar vendo o vento rodopiar a esquina vegetativa do labirinto, eu quero gritar, não tenho mais voz. Eu quero andar mais rápido mas sua voz está aqui agora, eu quero... Eu quero sentir a fumaça do seu ser envolver-me mais uma vez. O céu está escurecendo a cada segundo e eu começo a ouvir a música, ela abafa sua voz, gritos mais gritos me fazem tremer e querer correr. Eu sinto pavor, uma coisa cem vezes pior do que o medo, e eu continuo a ver, as pessoas já sumiram e eu olho para a rosa vermelha que me leva para a saída, a música acaba e ouço você sussurrando.
- Não sinta.
Olho para o céu e sinto a gota d'água caindo sobre meu rosto cansado de tantos jogos, e caio em mim finalmente. E vejo que o que acabei de ver em minha mente era você indo embora deixando somente tua fumaça para trás.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pela primeira vez, para todo sempre.


Ainda existe, não me importo se é nos olhos, no corpo, no coração, na alma. Ainda existe o fogo, e ele queima cada vez mais, consumindo minhas forças, ele se alimenta disso. E agora aqui nesse quarto eu não sinto nada além do que fogo. Mas há uma distância entre nós, e ela sempre existiu, não sei como ela ainda está aqui, tem um muro de concreto separando tudo o que deveria nos conectar, eu não gosto disso, parece que a qualquer momento estaremos em combustão queimando mas não poderemos fazer nada mais que nos olhar como sempre fazemos. Continuo parada olhando pro nada, sabendo que seus olhos estão em mim, sabendo que você sente o mesmo fogo que queima dentro de mim, eu sei, eu sinto, eu vejo isso. E o calor continua a consumir, suando ambos de puro amor, mas nada acontece a não ser agora em que nossos olhos finalmente se conectam, e o castanho dos seus me mostram uma coisa quase impossível, seu muro caiu? Você se levanta, sinto que quanto mais chega perto de mim meu peito queima e arde como uma fogueira desesperada levando em seu fogo tudo o que pode consumir. Você se ajoelha na minha frente e toca meu rosto fazendo disso uma tempestade dentro de mim, eu não sei, eu quero gritar, eu quero sorrir, eu quero você. Não sei o que está acontecendo, mas sabe aquele mesmo muro que existia em mim também? Ele foi para o chão,e saiba que eu gosto de como tudo acontece aqui, o ar já não é o mesmo, não é o mesmo ''existir'' que está aqui, eu sei que existe outra coisa além do que o fogo é claro, mas existe um elemento quase explosivo fazendo com que nós fiquemos quietos por alguns segundos só nos escutando, só escutando o coração bater na mesma sintonia. Como se fosse a primeira vez.

Inevitável.

Deixe as luzes acesas, o pesadelo ainda não acabou, tento fechar meus olhos mas, meu coração lateja. O medo é tão frio e eletrizante. Deixe que as lágrimas rolem - lembro-me dele falando -, deixe que cada poro seja afogado por suas lágrimas, limpe sua alma, chore o quanto tiver que chorar... Mas, nós não temos mais nada. As luzes brancas no quarto se acendem e apagam, fazendo-me esquecer e relembrar de como é ter e sentir dor, a música não tem mais melodia, só há barulho, estrondo e mais estrondo... Não há paz para pensar, e eu relembro sempre as duras palavras dele... Nós não temos mais nada
A noite entra em um processo esmagador dentro de mim, meu peito lateja e pesa como se houvesse toneladas dentro do meu pequeno coração. Mais uma vez, mais uma, para o currículo, é até engraçado, eu riria se não fosse trágico demais. Felicidade está a dez léguas de distância, mas não culpo a ninguém, a vida é engraçada e tem um humor negro então, se estou aqui não posso fazer nada além de... Viver. Mas a dor é inevitável.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Um luto, eterno.

Às vezes eu gostaria de poder te salvar.
Há tantas coisas que eu quero que você saiba, eu não vou desistir até estar acabado.
Se isso te levar para sempre, eu quero que você saiba,
Quando eu ouço a sua voz, ela está se afogando em sussurros,
Você está só pele e ossos,
Não há mais nada o que levar.
E não importa o que eu faço, eu não consigo fazer você se sentir melhor.
Se apenas eu pudesse encontrar a resposta,
Para me ajudar a entender.
Eu nunca perdi algo tão valioso na minha vida. E me odeio por ter esquecido de ter demonstrado isso pra você. Esqueci de dizer o quanto você é especial, o quanto eu te amo. Me desculpa.
Você sempre vai estar aqui. Sempre.